quinta-feira, 21 de maio de 2009

O IMPOSSIVEL CAMINHO... DA PAZ.

Ouvi  dizer... o que me perturbou (se é que já alguma coisa me perturba, nos dias de hoje ), que se uma bomba nuclear, for detonada nos próximos tempos, no médio-oriente... certamente não será Israel a lançar... a segunda!

O equilíbrio continua difícil, por ali... um conflito com milénios, que não pára de nos revisitar... enquanto foi de paus e pedras, estivemos a salvo das loucuras que judeus e árabes, infligem a si próprios, com uns quantos milhões de inocentes pelo meio, é certo, sem que a comunidade internacional, algo de construtivo consiga impor... mas agora, a perigosidade é outra, mais séria e capaz de se trajar de um verdadeiro ARMAGEDON!

Entre negações do holocausto, o que me parece completamente estúpido, para não dizer outra coisa, de um lado, e medos de novo extermínio, de outro, jaz uma comunidade internacional prisioneira, de consciência, e particularmente uns E.U.A. enredados num novelo, no qual não consegue encontrar uma ponta que se aproveite, e que teme, mais do que tudo, que a ponta que possa vir  descobrir, seja afinal... a ponta do rastilho!

O desiquilibrio que vivemos, com a crise económica, não abona em nada, a procura de uma solução razoável, para esta questão... manifestações beligerantes por parte do Irão, ao testar misseis, como o fez ainda esta semana, são de todo mais combustível para o fogo que parece não ser já possível evitar que ecluda!... tudo por medo, tudo por medo!

O nuclear, em vez de nos atormentar, habituados que estamos aos braços de ferro, impostos por frágeis acordos, desde as cavernas, não fosse a humanidade constituida, infelizmente, por uma miriade de raças de guerreiros apaixonados, deveria sim, produzir em nós um efeito normalizador... porque só se faz a guerra por dois motivos: - pelo poder, seja sobre o que for... ou pelo medo da aniquilação!

Esta situação no médio-oriente, ou em outras partes, por que infelizmente há mais, é uma verdadeira ofensa ao ser racional, que temos visto emergir ao longo dos tempos, sobre esta terra... só nos prova que não passamos de uns bárbaros incapazes!

Quer queiramos, quer não, a coabitação é um desígnio maior que nós mesmos, ou então não estaríamos aqui!... é só necessário, que acordemos para inevitabilidade disso mesmo, sem ser necessário... matar 2/3!

Acordemos então, para a luz, para o espírito... e para a verdadeira inteligência!

Companheiros de todas as raças, de todas as cores, de todos os credos... UNI-VOS!!!!...

EM NOME DE UM BEM MAIOR!!!!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A SETA, ETERNAMENTE... LONGE DO ALVO!

Ouvi dizer...

Que Portugal vai de encontro ao futuro, seguro e determinado.

Vai, vai, de há uns tempos para cá, com alguns meses de atraso...

de tal forma que todos os dados, relativos á economia, estão a sair
a conta-gotas... ajudando à costumeira visão do - tudo vai acabar por ficar... bem!

Manobras orquestrais de dia e durante a noite, é o que se quiser, tudo em nome de campanhas politicas, com que se entretêm as hostes, juntamente com as inúmeras novelas que desfilam sem regra por todos os canais... e o humor chato e brejeiro, para fazer esquecer as tristezas... é preciso sonhar... só e apenas... mais é demais!... está de volta o estigma do estado novo!... o embalo é idêntico, o berço também, diferente, só a mão que o impele, já não é só uma , são várias... escolhidas a dedo... o país não anda se não for empurrado... não se movimenta se não for ajudado, se não for acordado, dorme até ao 1/2 dia... e quando questionado, ainda responde, como diz a canção - " vão vocês, que depois eu vou lá ter... ".

Assim não dá!

Assim, não fazendo acontecer, a vida não flui, a oportunidade não chega, o momento não se revela... assim passamos o tempo a premiar, a estupidez, a parcimónia, a idolatrar a normalidade, a percorrer os caminhos do degredo, e a sentir atracção pelo abismo... pois é isso que acontece a quem fica á espera e se cansa, do destino que aleatoriamente nos trás a corrente... assim ficamos tristes, eternamente pequeninos e anafados...  é que a ginástica mental, para quem espera, o que quer seja, e  que preferencialmente, venha servido em bandeja, e de fora, porque é mais chique... e dá menos trabalho, acima de tudo, é um exercício demasiadamente pesado!

O pensamento que não gera uma acção é um pensamento estéril... e nós pensamos demasiado!... dissertamos demasiado, de preferência á volta do  superfulo... e demasiadamente longe do essencial!... construindo acima de tudo... castelos de areia!

Assim... o futuro, será, previsivelmente... mais escuro!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O ÚLTIMO CORVO...

Lisboa, já não cheira a laranjas maduras...

O Tejo embarca no cais da saudade
deixando uma lágrima vagabunda
escorrer...
pela margem... desesperada.

As colinas acenam,
num gesto repetido, de despedida...

As ruas vazias, de gente apressada,
comentam com as esquinas, outros tempos de glória...
de um Castelo, que agora atormentado... chora.

O poeta espera ainda na mesa
o golpe de mestre...
mas ainda escreve... Pessoa,
na inevitabilidade de si mesmo.

Do céu cai a mosca persistente... de O' Neal...
rasante... já não voa.

O Rato, corre ao Beato,
a Estrela... olha o Bairro Alto...
mas já não brilha...

Camões parece dizer... a uma ninfa de sua memória...
agora é que é... esvaio-me... filha!

A sardinha no pão
jaz no fogão...
o gato fugiu também
com o guarda da estação...
quem me deita, se não for o dente... a mão?

O Chiado, perde a razão...
e arrasta pelo chão,
o Arco do Cego... o fado e a canção.

Há um Rossio á deriva, no Mar da Palha...

e eu... eu assisto,
num cadeirão, da Madragoa...

Sou nesta vida, talvez
a décima segunda...
um corvo... o último a abandonar esta nau...
que nos levou um dia...

ao mundo.
J.B.